28 de julho de 2008

Meu Pai

Das imagens de minha infância que tenho a memória a de meu pai é uma das que me trazem mais saudades. Lembro-me de seu jeito gentil e sereno, quando chegava em casa depois de um dia de trabalho.

Esperávamos, eu e meus irmãos, que ele nos trouxesse alguma "surpresa" e não víamos a hora de ele entrar em casa. Lembro-me de sua estatura média, físico esguio, vestido simples mas elegantemente, com calças de linho e sapatos cuidadosamente engraxados. Os seus cabelos castanho-escuros caíam-lhe sobre a testa, seus olhos, de um negro profundo, brilhavam, assim como também sua pele levemente bronzeada. Com suas mãos finas e dedos longos puxava sempre dos bolsos alguns bombons para nos oferecer.

Meu pai era para mim um mestre, pela maneira como nos exortava pacientemente. Estava sempre a ler seus livros de filosofia e a escrever suas colunas de jornal. Sempre cortês aos que lhe eram cortês e enérgico aos que o desafiavam.

Fico feliz com a boa recordação que tenho da figura de meu pai, a sua inteligência e beleza, a sua personalidade forte e incorruptível, que eu tanto admirei e ainda trago na memória.

Tânia Neiva - filha caçula - Estilista.
Escrito em 24 de Agosto de 1999.

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