29 de julho de 2008

Meu saudoso sogro

Meu sogro, o jornalista, filósofo e professor Nemésio Silva era uma pessoa tão especial e muito divertida. Recebia a todos, em sua casa, irradiando alegria e bom humor. Os netos eram a sua alegria. Antes de sua partida final, ligou e pediu para que todos fôssemos passar o Ano Novo com ele. Até parece que ele queria se despedir de todos nós. Nunca vou esquecer a maneira carinhosa com que ele tratava a todos. Um homem muito sábio e ao mesmo tempo muito simples. Que Deus o tenha em bom lugar.

Mercedes, nora

Se depois de eu morrer...

Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas --- a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus.


Sou fácil de definir.
Vivi como um danado.

Amei as coisas sem setimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as coisas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.
Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso fui o único poeta da Natureza.

Alberto Caeiro

28 de julho de 2008

Meu Pai

Das imagens de minha infância que tenho a memória a de meu pai é uma das que me trazem mais saudades. Lembro-me de seu jeito gentil e sereno, quando chegava em casa depois de um dia de trabalho.

Esperávamos, eu e meus irmãos, que ele nos trouxesse alguma "surpresa" e não víamos a hora de ele entrar em casa. Lembro-me de sua estatura média, físico esguio, vestido simples mas elegantemente, com calças de linho e sapatos cuidadosamente engraxados. Os seus cabelos castanho-escuros caíam-lhe sobre a testa, seus olhos, de um negro profundo, brilhavam, assim como também sua pele levemente bronzeada. Com suas mãos finas e dedos longos puxava sempre dos bolsos alguns bombons para nos oferecer.

Meu pai era para mim um mestre, pela maneira como nos exortava pacientemente. Estava sempre a ler seus livros de filosofia e a escrever suas colunas de jornal. Sempre cortês aos que lhe eram cortês e enérgico aos que o desafiavam.

Fico feliz com a boa recordação que tenho da figura de meu pai, a sua inteligência e beleza, a sua personalidade forte e incorruptível, que eu tanto admirei e ainda trago na memória.

Tânia Neiva - filha caçula - Estilista.
Escrito em 24 de Agosto de 1999.

Vovito, meu vovito

Meu amado vovito
tenho uma grande saudade de você
e daquela musiquinha
"Xirin-quin-quin"
Um beijão pra você!
(Sua netinha Giovana)

25 de julho de 2008

A caneta do vovô

Com a caneta do vovô
Eu escrevo com amor
Palavras pequenas
Mas bonitas e azuzentas.


(Sua neta Rebeca)

24 de julho de 2008

Meu querido pai...Quantas saudades!!!

Sabe pai, ontem sonhei com você!!! Sentia-me feliz ao ver você tão tranquilo como sempre o conhecí...estava em uma cadeira de balanço tão suave e eu chegava e sentava em seu colo e começávamos a conversar numa alegria infinita!!!Os anjos de vez em quando fazem dessas proezas com a gente...trazem de volta nossos amores mais queridos para nos fazer uma visita e nos trzer esperanças de um dia poder vê-los outra vez! Te amo meu paizinho!!!Neuman

23 de julho de 2008

Pai

Sim,
enfim chegaste ao mundo
do começo sem fim.
Princípio indireto
da incerta razão
que chora tua hora
tua ida manhã.

Nas flores da descida
morte é vida.
É ser profundo,
calmo e fito
no infinito prazer
de contemplar a face de Deus,
de ser anti-ser...

Este poema é texto de uma composição em homenagem ao saudoso jornalista concebida no ano de 1999 por Nertan Silva, seu filho músico.

18 de julho de 2008

Meu pai, quanta saudade!

Este diário, além de ser uma homenagem póstuma, pretende publicar textos do jornalista Nemésio Silva, que nos deixou numa tarde de sábado, no dia 20 de fevereiro de 1999, no limiar do novo século, sem ter tido a chance de ver o alvorecer do novo milênio.
Meu pai deixou um livro, Extratos Políticos e Econômicos, que por pura negligência, principalmente minha, não foi publicado antes de sua morte. Espero poder aqui neste espaço, divulgar os seus escritos. (Seu filho Newton Silva)