21 de setembro de 2011

Marco, Ceará


Suas origens remontam ao século XVIII, tendo como referência um marco divisório entre a Ribeira do Acaraú e Santana do Acaraú, situando-se meia légua distante do local onde se edificaria a povoação. As terras nas quais se localiza o Município eram, primitivamente, habitadas por índios Tremembés, Aperiús e Acrius, tribos que por desavença familiar se separaram, indo algumas delas residir na Ibiapaba.

Cessadas as desavenças tribais, surgiram os colonizadores brancos, dentre outros, Manuel de Góes Monteiro, pioneiro na ocupação de terras na Ribeira do Acaraú. Surgiram nessa fase as primeiras edificações, em processo lento e persistente, formando ao longo dos anos o conjunto gregário em modestas condições.

O distrito, com jurisdição centralizada em Santana do Acaraú, data de 21 de outubro de1872, confirmado posteriormente segundo Lei Municipal de 15 de abril de 1893. Sua elevação à categoria de Vila provém do Dec-lei nº 448, de 20 de dezembro de 1938. A elevação à categoria de Município com a denominação atual, provém da Lei nº 1.153, de22 de novembro de 1951, tendo sido instalado a 25 de março de 1955.

As primeiras manifestações de apoio eclesial provêm da edificação da capela em honra de São Manuel, construída em 1870. Essa capela, depois de reformada e ampliada, transformou-se em Igreja-Matriz, conforme portaria de autoria do Bispo de Sobral, D. José Tupinambá da Frota, datada de 31 de dezembro de 1941. Ainda por ato de D. José e na mesma data, criou-se a Freguesia, sendo seu primeiro vigário o padre Francisco Ferreira Apoliano, empossado a 6 de janeiro de 1942, data em que também foi instituída a paróquia. Padre Apoliano muito fez pelo progresso de Marco, pois ainda sendo Distrito de Licania (Santana do Acaraú) sofria com o abandono por parte dos seus governantes e pela distância da sede para o distrito. São obras de padre Apoliano a primeira barragem sobre o rio Acaraú, na travessia do Lado Direito, que assim permitiu que carros e caminhões chegassem a cidade vindos principalmente de Sobral e Fortaleza; a implantação da Cáritas, que muito ajudou as pessoas mais necessitadas e capacitação para parteiras, pois na época não havia hospital e nem como se locomover por falta de estradas e pontes. Depois de um incidente envolvendo o padre Apoliano, que foi afastado, vieram a seguir os padres Tupinambá, depois o padre Egberto, estes sem muita expressão histórica, até a chegada do Monsenhor Waldir Lopes de Castro, o maior Benfeitor da História de Marco,como missionário, pacificador, educador, evangelizador, emprendedor e acima de tudo, humildade. Instituiu o sistema de Dirigentes Leigos nas comunidades, sendo o primeiro deles o senhor Manuel Amadeus Soeiro, em Gado Bravo e senhor Francisco Linhares em Santa Rosa, como testes. Deu tão certo que hoje todas as comunidades tem seu dirigente com sua respectiva capela. São obras de Monsenhor Waldir uma barragem sobre o rio Acaraú, o Santuário do Sagrado Coração de Jesus, localizado no bairro de mesmo nome, a reforma da Igreja Matriz de São Manuel, reforma do Patronato Mater Dei, implantação do Ginásio CENEC, um dos pioneiros da Zona Norte do Estado, do qual foi diretor e professor, mas sua maior obra foi a conquista do povo, que é o maior patrimônio, com cerca de 95% deCatólicos praticantes e dizimistas. Seu primeiro colégio foi construído na localidade de Gado Bravo,quando Marco ainda era Distrito de Licania, atual Santana do Acaraú, nas Terras de Inácio Jesuíno Soeiro, um dos primeiros habitantes da Ribeira Acaraú e tambem um dos primeiros a libertar seus escravos, muito antes da Lei Áurea. Embora patriarca de uma importante e tradicional família, não teve nenhum de seus descendentes como prefeito de Marco.

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